Atenção! O Portal dos Bancários RS utiliza cookies neste site, eles são utilizados para melhorar a sua experiência de uso e estatísticos.

#DIVERSIDADE | 23/06/2025
Fetrafi-RS participa da  1° Marcha dos Trabalhadores e das Trabalhadoras LGBTQIAPN+

Organizado pela CUT, ato inédito aconteceu em São Paulo, na última sexta-feira (20/06), levando para as ruas pautas da classe trabalhadora LGBTQIA+ como inclusão, saúde, aposentadoria e combate à informalidade.

A marcha reuniu centenas de trabalhadores e trabalhadoras, entre elas a diretora do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte do RS, Deise Menezes, que representou a Fetrafi-RS. "A luta da classe trabalhadora LGBTQIAPN+ deve ser a luta de todos os sindicatos, pois é urgente e necessário o reconhecimento da nossa comunidade no mundo do trabalho", ressaltou a sindicalista.

O ato foi, ao mesmo tempo, manifestação política, encontro de gerações e uma celebração coletiva para afirmar que não há justiça social sem inclusão da diversidade sexual e de gênero no mundo do trabalho e em políticas públicas; um momento de valorização das(os) trabalhadoras(es) e um convite à sociedade, aos sindicatos, federações, confederações, aos governos e aos  parlamentares a pensar, promover e elaborar pautas inclusivas e políticas públicas efetivas que visem o reconhecimento, o respeito e oportunidades para todas, todes e todos. 

Atuação do movimento sindical

Para Walmir Siqueira, secretário nacional LGBTQIA+ da CUT, a marcha teve papel estratégico. “Todas as vezes que alguém vê a bandeira do seu sindicato em uma manifestação LGBTQIA+, essa pessoa sabe quem procurar. Sabe que tem apoio. Por isso, visibilidade não é só simbólica: ela é ferramenta de proteção, é política de cuidado.”

Ele destacou a importância de reafirmar que a luta LGBTQIA+ é também luta de classe. Nós, LGBTQIA+, somos parte do movimento sindical. Não estamos só sendo ‘apoiados’. Somos militantes, dirigentes, trabalhadores. Marchar com a CUT é mostrar que nossa luta está dentro da estrutura da classe trabalhadora.”

Mobilização inédita, a marcha foi considerada pelo dirigente um sucesso. “Não tínhamos a pretensão de que fosse uma marcha que movimentaria milhares de trabalhadores, mas sim um ato que desse início a uma série de atividade que virão”, disse.

Em pauta: ausência de políticas públicas e informalidade

A dificuldade de acesso a direitos básicos foi um dos temas mais abordados durante o ato. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro, apontou a informalidade como um dos maiores entraves à inclusão real.

“Cerca de 40% da classe trabalhadora está na informalidade, e a população LGBTQIA+ certamente compõe uma parte desproporcional desse número. Sem políticas públicas de educação, formação profissional, saúde e trabalho, seguimos sendo marginalizados”, disse a dirigente.

Ela também alertou para o papel do Congresso Nacional na condução ou bloqueio de avanços. “Temos que eleger quem esteja comprometido com a pauta da classe trabalhadora e da diversidade. O retrocesso não nasce do nada. Ele é construído quando escolhemos mal quem nos representa.”

Trabalho, saúde e aposentadoria: o futuro também é pauta LGBTQIA+

A marcha também colocou em pauta as desigualdades que atingem pessoas LGBTQIA+ ao longo da vida, inclusive no momento da aposentadoria.

“Durante décadas, poucas pessoas LGBTQIA+ sobreviveram para chegar à velhice. Agora, que estamos conseguindo viver mais, precisamos garantir que o Estado reconheça nossos direitos à aposentadoria, à saúde, ao cuidado na terceira idade”, disse Walmir, citando ações paradas no STF que tratam da previdência de pessoas trans.

“Como uma mulher trans vai se aposentar? Qual será o tempo de contribuição? O Estado precisa responder a essas perguntas”, destacou Walmir.

O tema da saúde integral também foi destaque, com críticas à falta de preparo dos serviços para atender as especificidades da população LGBTQIA+, especialmente pessoas trans e idosas.

Ocupação dos espaços públicos e combate à higienização social

O caráter simbólico da marcha foi reforçado pelo representante do Conselho Municipal LGBTQIA+ de São Paulo, Diego Miranda de Carvalho, que criticou a postura da gestão municipal na condução dos eventos:

“Não podemos aceitar que a Praça Roosevelt esteja fechada à população em plena Semana do Orgulho. Isso é higienização social. Se temos a maior parada LGBTQIA+ do planeta, precisamos garantir todos os direitos dessa comunidade, não só a festa”, disse.

Ele também ressaltou o papel dos conselhos, sindicatos e movimentos como espaços legítimos de construção de políticas públicas inclusivas ao citar, em vídeo gravado para as redes sociais da CUT, que é importante que os sindicatos “se debrucem sobre as Convenções Coletivas e diálogos com trabalhadores para a conquista de direitos.

Orgulho da diversidade

A artista e ativista Salete Campari, uma das figuras mais conhecidas da cena LGBTQIA+ de São Paulo, participou da marcha e também destacou o papel dos sindicatos nas causas LGBTQIA+

“Sindicato forte de verdade respeita a diversidade, não deixa escondido. Tem orgulho da sua diversidade. Coloca na rua, na avenida, no carro de som. E briga por salário digno, por saúde, por educação. Porque o que está faltando em São Paulo e no Brasil é trabalho decente para a diversidade!”, disse.

 

   

 

 


Fonte: CUT, com edição da Fetrafi-RS
 

OUTRAS MATÉRIAS
#BRADESCO | 11/07/2025
Encontro Estadual do Bradesco define estratégias de luta contra fechamento de agências
Bancários propuseram ações orquestradas nacionalmente, com atos públicos, corpo a corpo nas agências e mobilização intensa nas redes sociais.
#SANTANDER | 11/07/2025
Mesmo com lucros em alta, Santander precariza relações de trabalho e amplia terceirização
Encontro Estadual debateu ataques aos direitos e apontou caminhos para fortalecer a mobilização da categoria.
#BB | 09/07/2025
Conquista do movimento sindical no ACT, Banco do Brasil anuncia ampliação do trabalho remoto
Passa de 19 para 50 o número de escritórios e de 12 para 25 o de superintendências com a combinação do trabalho presencial e remoto.