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Conferência Livre de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora | 23/04/2025
"Sindicato deve ser um lugar de acolhimento e solidariedade", afirma estudioso em gestão de pessoas

Francis Kanashiro Meneghetti, professor de Administração na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), atentou para o fato de muitos sindicatos estarem adotando um modelo de gestão empresarial e indo na contramão da finalidade para a qual foram criados.

Durante a Conferência Livre de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que aconteceu nesta quarta-feira (23/04) no SindBancários Porto Alegre e Região em formato híbrido, centenas de trabalhadores compartilharam experiências do cotidiano de trabalho que têm levado ao adoecimento físico e mental. Especialmente no setor bancário, onde a pressão pelo cumprimento de metas abusivas é cada vez maior, em um cenário de fechamento de agências, terceirização e desemprego galopante. 

Meneghetti falou sobre o modelo de gestão empresarial que vem sendo adotado por sindicatos, governo, escolas e até famílias. "Fujam de escolas que oferecem disciplina de empreendedorismo. Essas instituições não têm essa finalidade. Há pais que exergam no filho um investimento ou um custo e não um ser humano. Não se pode medir as pessoas com a régua do sucesso ou do fracasso, porque quando se acredita nisso, estamos contribuindo com aquilo que nos escraviza", alertou.  

Ele criticou o uso exagerado das redes sociais, que estão deteriorando as relações humanas, e escravizando as pessoas, e citou como exemplo os aplicativos de namoro e de compras, que tiraram o prazer das pessoas de se relacionarem e de consumir. "Hoje se compra e se descarta tão rápido, que não dá tempo de curtir o que se comprou", observou

Ainda mais doentio pode ser o uso excessivo das redes em ambiente de trabalho, que já se tornou parte da dinâmica cotidiana, fazendo com que o trabalhador não se desligue nunca de suas funções laborais, porque precisa ficar atento aos grupos de whatsapp, entre outros. Há relatos de gestores que cobram metas até nos finais de semana, o que reforça a tese da escravização através das redes sociais.

O mais importante, segundo Francis Meneghetti, é que haja empatia e solidariedade no ambiente de trabalho, para quando alguém perceber que o colega está sendo assediado, possa encorajá-lo a denunciar e oferecer-lhe apoio. "É preciso criar e alimentar, dentro do ambiente de trabalho, a cultura da confiança: preocupar-se com o outro e ajudá-lo a buscar uma solução. Deixar de lado essa ideia de que cada um deve cuidar apenas de si mesmo. E para isso, ninguém precisa ser amigo de ninguém, a gente precisa reconhecer no outro a existência de um ser humano. Esse é ponto de retomada para que possamos nos fortalecer", apontou. 

O professor lembrou ainda que há gestores bons e gestores ruins, que eles também são trabalhadores e ganham mais para fazer "o trabalho sujo". "Muitos se sentem mal em pressionar os colegas. A mudança requer sutileza para perceber que a maneira como agimos deve ser a maneira como gostaríamos de ser tratados", completou.

E ainda ao falar sobre os sindicatos não fugirem da finalidade para a qual foram criados, Meneghetti afirmoua que "a única forma de manter uma organização saudável é educando-se permanentemente dentro dela, aceitar diversidades e contraditórios". 

Propostas aprovadas

Após a palestra, foram aprovadas as propostas que serão levadas à 5ª Conferência Nacional da Saúde dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (Brasília/Agosto 2025) e definida a delegação que irá participar do evento. 

As propostas contemplam: 

1. Ampliação do número de centros de Referência de Saúde do trabalhador no SUS;
2. Criação de medidas para conter a precarização do trabalho formal e mais atenção ao trabalho informal;
3. Permissão para que os sindicatos possam fazer inspeção nos locais de trabalho e denunciar ao Sinat em caso de irregularidades.

 

  

  

  

 

Fotos: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região

Texto: Assessoria de Comunicação da Fetrafi-RS


 

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