Em nova rodada de negociação nesta sexta (11/07), Banco apresentou proposta com aumento nas contribuições dos associados, mas representantes dos trabalhadores destacaram os impactos financeiros e exigiram alternativas.
A Comissão de Negociação das Entidades Representativas dos Funcionários do Banco do Brasil se reuniu na manhã desta sexta-feira (11), na sede da ANABB, para alinhar estratégias e preparar a participação na rodada de negociação com a direção do banco, ocorrida no período da tarde, com foco na sustentabilidade da Cassi.
Durante a reunião com o Banco do Brasil, os representantes da instituição apresentaram uma proposta que altera significativamente a forma de custeio do plano de saúde. O BB indicou a necessidade de manter a proporção de contribuição entre banco e funcionários próxima dos atuais 52% e 48%, propondo um novo patamar de 53% para o banco e 47% para os associados. No entanto, para alcançar esse equilíbrio, sugeriu aumentar a contribuição mensal dos funcionários de 4% para 5,5%.
Além disso, o banco propôs elevar o percentual de contribuição sobre o primeiro dependente para 3%, tanto para funcionários da ativa quanto para aposentados. Atualmente, os da ativa contribuem com 1% e os aposentados com 2%. Outra mudança apresentada foi o fim dos limites por grupo familiar e por dependente.
A proposta foi rejeitada em mesa pela Comissão de Negociação dos Funcionários. Segundo Fernanda Lopes, coordenadora da Comissão, houve consenso entre todas as entidades representadas sobre o caráter excessivamente oneroso da proposta. “O reajuste proposto impactaria severamente o orçamento das famílias dos associados. Por isso, não há condições de aceitá-lo nos termos apresentados”, afirmou.
A diretora do SindBancários, Priscila Aguirres, ressalta que a proposta feita pelo banco está longe de ser considerada aceitável pelos trabalhadores. “É um primeiro movimento do banco, respondendo à pressão que estamos fazendo, diante da rapidez com que as reservas da CASSI estão sendo utilizadas, o que exigia uma manifestação da instituição. Consideramos essa primeira proposta extremamente insuficiente. Abre-se, de fato, um novo capítulo de negociação. Esperamos que, no dia 13, nossos argumentos resultem em uma proposta com a qual possamos, de fato, trabalhar. Porque essa primeira proposta é, realmente, inaceitável”, alerta a diretora.
Para Cristiana Garbinatto, diretora da Fetrafi-RS, "mais uma vez, a proposta apresentada representa a desresponsabilização do Banco com o custeio da Cassi para todos os associados e seus familiares. A cada mudança no estatuto, o Banco assume menos compromissos e ganha mais poder na gestão da nossa Caixa de Assistência. Essa lógica precisa mudar e só vamos conseguir com a mobilização firme e unificada de todos os associados!"
A Comissão também pontuou que é necessário encontrar alternativas que não se baseiem exclusivamente em percentuais sobre a remuneração dos trabalhadores, uma vez que os salários não acompanham a escalada da inflação médica.
Os representantes do banco se comprometeram a estudar outras possibilidades e uma nova rodada de negociação foi agendada para o dia 13 de agosto.
Fonte: Contraf-CUT, com edição da Fetrafi-RS