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#ITAÚ | 05/02/2025
Itaú continua fechando agências

Redução prejudica atendimento à população e sobrecarrega funcionários.

Representantes sindicais dos empregados do Itaú se reuniram nesta quarta-feira (05/02) com o banco para falar sobre diversos problemas que afetam os trabalhadores. Foram duas reuniões seguidas, a primeira do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, composto por representantes dos funcionários e do banco, e a segunda de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Itaú.

“Ficou claro que o projeto do banco é continuar fechando agências, deixando a população sem atendimento e aumentando a sobrecarga de trabalho nas agências que permanecem abertas”, disse a coordenadora da COE, Valeska Pincovai. Para ela, a redução do número de postos de trabalho não se justifica frente ao grande lucro que o banco vem obtendo ano após ano.

O Itaú fechou 227 agências em 2024. O número supera a média de fechamento de agência de anos anteriores (em média 200 por ano nos últimos anos). Com relação aos postos de trabalho, segundo o banco, no ano passado foram contratadas 10.193 pessoas e demitidas 7.721.

Após questionamento da COE, o banco informou que o fechamento de agências interferiu no cotidiano de trabalho de 2.052 funcionários, sendo que 75,7% deste contingente foram realocados para outras unidades ou áreas de trabalho do banco. O programa de realocação e requalificação de funcionários é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários.

“Questionamos o critério para o fechamento de agências e o banco respondeu que é devido à baixa rentabilidade. Ou seja, é um total descompromisso com a responsabilidade social que todo banco deve ter com o fornecimento dos serviços bancários para a população brasileira”, disse Valeska, ao lembrar que os bancos funcionam sob concessão pública e devem manter os serviços de pagamento e recebimento, se responsabilizar pela segurança dos recursos financeiros dos clientes e com a oferta de crédito para o desenvolvimento do país.

Para Valeska, a alegação de baixa rentabilidade não se justifica. “O banco ainda não divulgou o resultado final de 2024, mas nos nove primeiros meses do ano obteve lucro líquido recorrente gerencial de R$ 30,518 bilhões, 16,4% maior se comparado ao obtido no mesmo período do ano anterior”, lembrou a dirigente sindical.

Valorização dos trabalhadores

Na reunião de negociação com o banco, a COE apresentou uma proposta para que o Programa Complementar de Resultados (PCR) seja pago considerando as perdas que os bancários tiveram em relação ao reajuste da categoria e da pandemia de covid.

A COE também reivindica o debate sobre o Gera, que é o programa de remuneração variável do banco, em decorrência dos diversos problemas no programa que foram apresentados na reunião.

Problemas com o Gera:

•    SQV;
•    Metas aumentaram depois que passaram para trimestral;
•    Metas não levam em conta a realidade da agência;
•    Canal Fale com o Gera não funciona;
•    Espelhamento;
•    Demora na atualização da produção;
•    Cartilha do Gera não tem clareza;
•    Ponderador;
•    Mudança das metas a todo momento;
•    Não há readequação das metas do funcionário que sai de férias ou licença.

“Apresentamos os problemas do Gera ao banco e vamos apresentar propostas de solução para estes problemas na reunião do GT sobre o programa, que será realizada em fevereiro”, disse a coordenadora da COE do Itaú. A próxima reunião de negociação entre a COE e o banco ocorrerá no dia 26 de fevereiro.

GT de Saúde

Na reunião do GT de Saúde, a representação dos trabalhadores apresentou diversos problemas que estão ocorrendo com as juntas médicas mantidas pelo banco para avaliar a saúde dos empregados, especialmente aqueles que se afastam para tratamento. Um levantamento feito em várias federações sindicais apontou que há falta de pagamento dos médicos, problemas de comunicação e a suspensão de complementação salarial dos funcionários.

"Cobramos do banco um ponto importante que se refere ao retorno do trabalhador depois da alta do INSS quando existe decisão judicial para manter o benefício. Nesse caso, o INSS demora mais de 30 dias para ativar o benefício e o banco exige o retorno do trabalhador, se apto no exame de retorno. Se o trabalhador não retorna é punido com advertência, podendo chegar a demissão por justa causa. Porém, se volta depois de ativo o benefício no INSS, configura fraude por estar trabalhando em benefício. O banco ficou de avaliar e nos retornar", observou o representante do RS na COE do Itaú, Eduardo Munhoz.

O banco informou que as juntas médicas estão previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e serão mantidas, mas se comprometeu com a resolução dos problemas. Será criado um Grupo de Trabalho para padronizar o fluxo e sanar os problemas. As reuniões deste GT específico ocorrerão a cada 15 dias.

Linha de Cuidado

O Itaú apresentou um programa novo chamado de Linha de Cuidado para os trabalhadores adoecidos e também realizará uma pesquisa entre seus funcionários para mensurar os riscos psicossociais, visando a melhoria da qualidade de vida e dos cuidados com a saúde do trabalhador. Em breve a pesquisa será divulgada aos trabalhadores.

“O banco precisa, de fato, priorizar a qualidade de vida dos bancários, pois a situação atual é de trabalhadores adoecendo cada vez mais, devido ao assédio moral e a cobrança abusiva para o cumprimento de metas”, avalia Valeska. “E não adianta criar programas e não mudar o método de trabalho. Os trabalhadores precisam ser respeitados e o ambiente de trabalho precisa ser saudável, não adoecedor”, completou.


Fonte: Contraf-CUT,  com edição da Fetrafi-RS   

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