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Saúde | 26/10/2021
Bancários do Santander adoecem por cobranças de metas e Banco continua exigindo mais

O Santander responde na Justiça do Trabalho por assédio moral. O processo movido pelo Ministério Público do Trabalho em 2014 recebeu sentença favorável em primeira instância, mas passa por reexame. Apesar de correr em um tribunal da capital federal, o processo é nacional e prevê indenização aos trabalhadores que adoeceram em função da intensa cobrança por metas imposta pelo banco.

No programa Papo de Bancári@ desta segunda-feira, 25 de outubro, o advogado Paulo Roberto, da LBS explicou que o processo corre em segredo de justiça, mas elucidou muitas questões relacionadas ao adoecimento dos bancários do Santander, que figura em um ranking levantado pelo Ministério Público como o 7º colocado entre empresas e ramos que mais causam adoecimento em seus trabalhadores, de acordo com dados do INSS. De cada quatro bancários que acessam a previdências por doenças mentais, como depressão, síndrome do pânico, ansiedade entre outros transtornos, uma é do Santander.

“A intensidade das cobranças é inacreditável, os trabalhadores são cobrados 3 vezes ao dia”, contou o advogado Paulo Roberto, da LBS, no Programa Papo de Bancári@ desta segunda-feira. “A sentença diz que foi constatado no Santander mais de 2 mil casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho em 22 unidades da federação entre 2010 e 2015”, revelou.
Caso permaneça a sentença contrária ao Banco, ele terá que reembolsar o Tesouro Nacional pelos gastos da previdência com os trabalhadores do Santander afastado por doença do trabalho. Além disso, será condenado a pagar multas e um dano moral coletivo na ordem de R$ 274 milhões. 

Horário de trabalho coloca trabalhadores em risco

Recentemente, o Santander mostrou mais uma vez que não está nem um pouco preocupado com a saúde dos seus empregados, pois resolveu retomar o horário de abertura das agências das 9 às 16 horas, diferentemente de todos os demais bancos, que mantém o horário até 14 horas em razão da continuidade da pandemia.

O assunto também foi abordado pelo diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, durante o Programa Papo de Bancári@. “O Santander tem tido uma postura muito anti-sindical e é o banco que menos respeita os seus funcionários e, por consequência, a população brasileira”, afirmou o diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, que é funcionário do Santander.

Juberlei explicou que o Banco espanhol tira do Brasil mais de ¼ do seu lucro mundial e que foi o único banco que voltou ao horário anterior ao da pandemia, sem nenhum tipo de negociação, inclusive em alguns municípios onde esse horário nunca foi praticado.

“Já temos informações de que as agências ficam superlotadas após às 14 horas, por ser esta ser a única alternativa bancária a oferecer atendimento neste intervalo das 14 às 16 horas. Vai aqui nosso repúdio ao Santander que já não basta um conjunto de outras coisas, como criar empresas não-bancárias que fazem serviços bancários, com uma verdadeira exploração de mão de obra, agora vem com essa medida arbitrária que expõe a saúde dos seus funcionários”, enfatizou Bacelo.

O representante da Fetrafi-RS na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e diretor do SindBancários POA, Luiz Cassemiro, acrescenta que o Banco “como sempre, toma ações unilaterais sem medir as consequências para seus trabalhadores. Os relatos que ouvimos dos colegas nas agências é que o fato do Santander ser o único banco a estender o horário tem gerado muita sobrecarga de trabalho e atendimento da população. Antes mesmo e durante a pandemia, percebemos muitos colegas pedindo demissão do Santander porque não estão aguentando a sobre carga de trabalho”.

Segundo Cassemiro, a COE está muito preocupada com os relatos dos colegas e com mais esta postura equivocada do banco. Amanhã, 27 de outubro, haverá reunião da Comissão e o assunto da extensão de horário está na pauta. 
 

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