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Formação | 25/05/2023
Atividade aponta para a necessidade de despertar a consciência de classe entre trabalhadores (as)

Despertar a consciência de classe entre bancários e bancárias através da disputa da narrativa. Para tal, é preciso investir esforços na formação sindical, de maneira sistemática e contínua. Essa foi a conclusão da Atividade de Formação "O papel do Movimento Sindical na reconstrução do Brasil", promovida pela Fetrafi/RS nesta quarta-feira (24/05), da qual participaram cerca de 120 pessoas.  

O encontro virtual, organizado pela diretora de Formação da Fetrafi/RS, Ana Furquim, contou com a participação do secretário de Formação da Contraf/CUT, Rafael Zanon; do assessor de Formação da CUT/RS, João Marcelo Pereira dos Santos; e do diretor de Comunicação da Fetrafi/RS, Juberlei Bacelo. 

Ana Furquim abriu a atividade falando sobre a importância da formação política para o Movimento Sindical, especialmente em um cenário conturbado em que os(as) trabalhadores(as) perderam forças com as sucessivas reformas, principalmente a da Previdência e a Trabalhista, que retirou o financiamento dos sindicatos. "A classe bancária é privilegiada nesse aspecto, porque ainda consegue custear as atividades, mas há sindicatos que quebraram. Por isso é fundamental que a nossa categoria se engaje nessa luta para construir uma pauta que beneficie toda a classe trabalhadora", enfatizou.

Ao contextualizar a importância da formação política neste momento, Juberlei Bacelo ressaltou que o cenário atual é pior do que o de 2003, quando Lula assumiu pela primeira vez. "A direita ganhou espaço e força nos últimos anos e temos um Congresso extremamente conservador, que a todo momento tenta emparedar o presidente Lula. Por isso, a luta para colocar o Movimento Sindical novamente no protagonismo do País será grande, precisamos estar preparados para isso", disse. Ele apontou o retorno do financiamento dos sindicatos como essencial para se alcançar esse objetivo, mas para isso é preciso colocar em pauta urgentemente a revisão da Reforma Trabalhista, implementada logo após o golpe que destituiu a presidenta Dilma. O diretor de Comunicação da Fetrafi/RS defendeu ainda que os bancários sigam pressionando o Banco Central para baixar a taxa de juros, "que sufoca o País", e participem ativamente do debate sobre a Reforma Tributária. 

Rafael Zanon lembrou que o Brasil tem um verdadeiro "exército de dirigentes sindicais", que precisam estar capacitados para a ajudar a reconstruir o País. Ele informou que a Contraf/CUT, desde sempre preocupada com essa temática, possui um Coletivo de Formação, que se reúne mensalmente. "Uma formação sistematizada permite um melhor planejamento", frisou. E são nos cursos de formação, segundo Zanon, que aparecem relatos importantes que irão nortear os trabalhos. "O despertar da consciência de classe pode acontecer na família, no movimento estudantil, durante uma greve, ou até mesmo em decorrência de uma violência sofrida", pontuou. Ele disse ainda que é fundamental fortalecer e ampliar a formação política dentro do movimento sindical para que se construa argumentos sólidos capazes de disputar a narrativa e promover o despertar da consciência de classe na categoria.

João Marcelo fez uma restrospectiva do papel do Movimento Sindical na história recente do País, a partir dos anos 80, quando o sindicalismo se engajou na luta pela redemocratização e "os trabalhadores entraram para o cenário político". Nos anos 90, o papel exercido foi de resistência contra o neoliberalismo e suas privatizações. "Nessa década, o setor bancário foi golpeado pela tecnologia, que acabou com milhares de postos de trabalho", lembrou. Nos anos 2000, quando finalmente o País elegeu um governo de esquerda, a classe trabalhadora não soube trabalhar com esse cenário, na opinião do sindicalista. "Nas gestões de Lula e Dilma, o Movimento Sindical não defendeu o governo quando deveria e não conseguiu se organizar para lutar por demandas necessárias. Passamos mais de uma década batendo a cabeça e isso não pode se repetir agora", observou.

Para o assessor de Formação da CUT/RS, o Movimento Sindical precisa estar munido de argumentos para defender os programas sociais da esquerda e não ter vergonha de fazer isso. Além disso, é preciso trabalhar dia após dia para aumentar a representatividade no Legislativo, para que seja possível aprovar as reformas necessárias e dar sustentabilidade ao governo. Ao ser indagado por presentes sobre a maneira de fazer esse enfrentamento, João Marcelo propôs "afiar as ferramentas de trabalho" através da sofisticação das mesmas; montar bancas nas empresas para conversar com as pessoas; criar metodologias e linguagens próprias a fim de despertar a consciência política dos(as) trabalhadores(as). 

Ana Furquim encerrou a atividade defendendo a formação permanente e o caminho da construção. "Ganhamos nas urnas, mas a sociedade reacionária continua forte. Precisamos ficar atentos e trabalhar cotidianamente para reverter esse cenário político herdado por Lula", finalizou.

Texto: Maricélia Pinheiro/Verdeperto Comunicação

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